O biólogo brasileiro Alysson Muotri e
sua equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia descobriram que a cloroquina tem potencial
para impedir a infecção pelo vÃrus da Zika e evitar que ele seja transmitido de mãe para filho
durante a gestação, descartando uma das consequências mais graves da contaminação,
a microcefalia.
Os cientistas
realizaram um primeiro teste in
vitro, no qual usaram células-tronco. Após o sucesso, a cloroquina
foi usada em camundongos. As fêmeas grávidas que usaram o remédio ficaram
imunes ao vÃrus e tiveram filhotes saudáveis, mesmo com a exposição ao
vÃrus. Os resultados também foram positivos para os machos.
"O Zika pertence a um grupo de vÃrus, os
flavivÃrus, que são muito resistentes a vacinas. Demora muito tempo para
desenvolver métodos profiláticos contra eles. Nós precisávamos de uma solução
mais rápida. A cloroquina é um remédio já conhecido e barato, que não tem patente.
Se houver outro surto de Zika no próximo verão, é possÃvel usá-la para proteger
a população.", explicou o biólogo brasileiro.
A cloroquina foi aliada da população em 1950,
quando o paÃs passou por um surto de malária. Na época, o remédio era misturado
ao sal de cozinha, ação que ficou conhecida como Método de Pinotti. O
medicamento altera o PH (grau de acidez) das células, deixando-as imunes para
alguns vÃrus.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2016, o Brasil registrou 214,1 mil casos de
pessoas infectadas com o ZiKa VÃrus. Já de janeiro a novembro de 2017, o número
de infectados diminuiu 92,1% e chegou a 16,8 mil casos. Apesar da queda, as
medidas preventivas continuam sendo aplicadas.
Fonte: Minha Vida