Estudos publicados neste domingo
(10) no periódico "The New England Journal of Medicine" mostram novos
resultados para o tratamento de câncer com a ajuda de uma terapia genética, a
CAR T-Cell. Os efeitos colaterais relatados, no entanto, ainda atingem parte dos
pacientes.
A terapia CAR T-Cell consiste em
habilitar linfócitos T, células de defesa do corpo. Elas são injetadas depois
que são modificadas para rastrear e matar as células tumorais. O ataque é
contÃnuo e especÃfico e, na maioria das vezes, basta uma única dose.
Uma das análises, liderada pelo
pesquisador Stephen J. Schuster, da Universidade da Pensilvânia, incluiu 27
regiões de dez paÃses da América do Norte, Europa, Ãsia e Austrália. Oitenta e
um pacientes receberam as células do CAR T-Cell.
Para o tipo mais comum de linfoma
não-Hodgkin, o difuso de grandes células B, cerca de 38% dos pacientes tiveram
efeitos parciais (5 pessoas) ou uma resposta completa (26 pessoas) contra o
tumor após três meses. Entre esses pacientes que apresentaram uma resposta, cerca
de 73% continuaram isentos do câncer após seis meses.
"Cerca de um terço dos
pacientes que falham em todas as terapias convencionais de hoje, mesmo os
transplantes, agora podem ter uma outra forma de terapia que ofereça remissões
duráveis", disse Schuster.
A outra pesquisa divulgada neste
domingo é uma atualização de dados levantados anteriormente. O linfoma difuso
de grandes células B apresentou 43% de remissão completa. Para o segundo tipo
mais comum de linfoma não-Hodgkin, o folicular, o Ãndice é de 71%. Após 2,5
anos desde o inÃcio do estudo, todos os pacientes que estavam
"curados" na avaliação de seis meses continuam sem incidência da
doença.
Efeitos colaterais
A "sÃndrome de liberação de
citoquinas (SIR)", resposta imune progressiva que causa sintomas
semelhantes aos da gripe – febres altas, náuseas, dores musculares –, tem
potencial fatal em alguns desses pacientes devido à forte baixa no sistema
imunológico. No estudo que envolveu vários paÃses, 58% dos pacientes tiveram
essa reação.
Dentre as pessoas que apresentaram a sÃndrome, 26% precisaram de tratamento com tocilizumab, terapia padrão para a liberação de citoquinas. Outras toxicidades incluÃram infecções (34% dos pacientes), questões sanguÃneas (36%), eventos neurológicos (21%), entre outros. Todos os efeitos colaterais do tratamento foram tratados. Ninguém morreu. �
Fonte: G1/Bem Estar