Pesquisa feita em camundongos
demonstrou que anticorpo que protege contra a dengue também é eficaz contra o
vÃrus da zika nos primeiros estágios da infecção. O estudo foi publicado nesta
segunda-feira (25) na "Nature Immunology".
Liderado por pesquisadores do
Imperial College of London, no Reino Unido, e Washington University, nos
Estados Unidos, a pesquisa é consistente com o fato do vÃrus da zika e da
dengue serem similares.
Foi por isso também que
cientistas levantaram a hipótese de que um anticorpo desenvolvido para combater
uma das doenças também poderia ser usado para minimizar a outra.
O anticorpo utilizado, contudo,
não foi qualquer um: as amostras de anticorpos viram de sangue do sudeste da
Ãsia. Pesquisa prévia do grupo já havia demonstrado que os anticorpos
produzidos por essa população eram altamente eficientes contra a dengue.
Estudo mostrou resultado em
cobaias grávidas
Para chegar aos resultados,
cientistas infectaram camundongos adultos com o vÃrus da zika e depois
administraram um dos anticorpos anti-dengue um, três ou cinco dias após a
infecção. Para comparação, outro grupo de ratos foi infectado com o vÃrus, mas
recebeu placebo.
Dentro de três semanas após a
infecção por zika, mais de 80% dos camundongos não tratados haviam morrido,
enquanto todas as cobaias que receberam o anticorpo anti-dengue permaneceram
vivas três dias depois. Após cinco dias, 40% dessas cobaias morreram.
Em uma segunda etapa, cientistas
testaram se o anticorpo também poderia proteger os fetos da infecção -- e, com
isso, evitar as anomalias provocadas durante a gravidez.
Para isso, pesquisadores
infectaram camundongos fêmeas no sexto dia de gravidez com o vÃrus da zika e
depois administraram uma dose de anticorpo ou um placebo um ou três dias
depois.
No 13 º dia de gestação, a
quantidade de material genético do zika encontrado foi 600.000 vezes menor nas
placentas e 4.900 vezes menor nas cabeças fetais dos camundongos grávidas que
foram tratados um dia após a infecção, em comparação com os ratos que receberam
o placebo.
No entanto, a administração do
anticorpo três dias após a infecção foi menos efetiva: reduziu em 19 vezes a
quantidade de material genético encontrado nas cabeças dos fetos; e, em 23, nas
placentas.
Como a descoberta pode ser usada
clinicamente
Como o anticorpo foi mais eficaz
nos primeiros dias após a infecção, cientistas acreditam que dificilmente a
descoberta pode ser usada nessa maneira em gestantes mulheres, já que é difÃcil
prever exatamente quando ocorreu os sintomas -- que se confundem com uma gripe.
Por isso, o mais eficaz seria administrar o anticorpo assim que a mulher descobrir a gestação, informam os cientistas. Depois, os nÃveis de anticorpo na gravidez poderiam ser acompanhados por exames de sangue. A ideia é garantir que a quantidade seja alta o suficiente para proteger mulheres e seus bebês contra a infecção.
Fonte: G1