A CPI da Saúde abriu com cerca de uma hora e meia de
atraso a sessão desta quinta-feira (18) para ouvir o ex-secretário de Saúde
Fábio Gondim sobre supostas irregularidades na pasta. A sessão havia sido
adiada devido a uma reunião convocada pela presidente da Câmara, Celina Leão
(PPS), para tratar da crise desencadeada por aúdios em que ela aparece
negociando suposto desvio de verba de emendas parlamentares.
Nas gravações feitas pela deputada Liliane Roriz (PTB),
Celina fala sobre mudança de finalidade de uma emenda parlamentar para
beneficiar deputados com dinheiro supostamente desviado da Saúde. Segundo a
parlamentar, um "acordo" direcionou emendas parlamentardes para uma
empresa que prestou serviço de UTI. Pela denúncia, o esquema envolveria repasse
de 7% sobre o valor do contrato para os deputados.
Em entrevista à TV Globo, Liliane disse que a negociação
tratava de uma "sobra orçamentária" de R$ 30 milhões, destinada
originalmente à reforma de escolas e unidades de saúde. No começo de dezembro,
os distritais aprovaram uma mudança no texto, direcionando o aporte para pagar
dívidas do Palácio do Buriti com prestadoras de serviço em UTIs.
"[O dia da gravação] Foi quando eu comecei a
entender as coisas, que já tinha um negócio que estava sendo concluído por um
deputado. Que esse deputado estava trazendo esse negócio e que esse negócio
seria dividido em seis partes, e que seriam R$ 30 milhões. Eu não
sabia de onde vinha, nem tampouco o percentual disso", diz a distrital.