O sistema de saúde pública organizado para atender as
ocorrências da Olimpíada no Rio de
Janeiro prevê o dobro de atendimentos que foram realizados
dentro de instalações olímpicas ao longo dos Jogos de Londres, em 2012. De
acordo com a previsão da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, 22 mil pessoas
devem buscar atendimento dentro do perímetro onde estarão sendo realizadas as
competições.
O esquema de saúde prevê que as unidades de referência
para o público que irá assistir as competições sejam os hospitais municipais da
cidade: Lourenço Jorge, Miguel Couto, Souza Aguiar, Salgado Filho e Albert
Schweitzer; além das Coordenações de Emergência Regional da Barra da Tijuca, do
Leblon e do Centro e a Unidade de Pronto Atendimento do Engenho de Dentro.
O encaminhamento acontecerá de acordo com a zona de
competição. Na área do Maracanã, os hospitais que atenderão as ocorrências são
o Salgado Filho, no Méier, e o Souza Aguiar, no Centro. Em Copacabana, que
receberá as provas de maratona aquática e triatlo, e na Lagoa, que receberá as
provas de canoagem, as ocorrências serão encaminhadas para o Hospital Miguel
Couto. Na Barra da Tijuca, onde está o Parque Olímpico, o campo de golfe e o
Riocentro, que receberá as provas de levantamento de peso; a unidade de
referência é o Hospital Lourenço Jorge. Em Deodoro, onde está o Parque Radical
e onde vão acontecer as provas de hipismo, as ocorrências serão encaminhadas,
principalmente, para o Hospital Albert Schweitzer.
Para o evento, as unidades de saúde receberam melhorias
com o objetivo de melhorar e ampliar o atendimento aos visitantes. O Hospital
Souza Aguiar foi totalmente climatizado e a sala de atendimento para múltiplas
vítimas passou por reformas. A unidade também recebeu um novo tomógrafo,
equipamentos do centro cirúrgico, respiradores, aparelho de ultrassonografia e
macas.
Na quinta-feira (14), o Hospital Albert Schweitzer, em
Realengo, ganhou uma nova emergência após um período de reforma. O local ganhou
alas exclusivas para o atendimento de emergências para adultos, crianças e
gestantes. A ideia é que a reforma beneficie 15 mil pessoas por mês.
Já o Hospital Municipal Miguel Couto recebeu reforma da
sala de trauma e, em julho, três leitos de isolamento de altíssimo padrão serão
entregues, para o caso de isolamento de pacientes em caso de suspeita de
introdução de alguma nova doença.
Em entrevista, o
secretário de Saúde, Daniel Soranz, a cidade está preparada para receber um
grande número de visitantes e lidar com qualquer problema que possa surgir.
"A cidade está totalmente preparada e a Secretaria
Municipal de Saúde tem experiência na preparação de eventos de massa, como o
Pan, Jogos Mundiais Militares, a Jornada Mundial da Juventude, o Réveillon e o
carnaval, por exemplo", afirmou Soranz.
O secretário afirmou que o plano para o evento foi
elaborado com antecedência.
“Nosso plano de ação foi elaborado há quatro anos, em
parceria com os poderes federal e estadual. Mais de 15 mil profissionais estão
envolvidos”, enfatizou o secretário.
Sobre a necessidade de atendimento imediato, ele citou
que postos de atendimento à população serão instalados em vários pontos da
cidade e que as demandas da maioria dos visitantes será plenamente atendida
porque é de baixa complexidade.
“A maioria dos problemas que os turistas têm geralmente é
de baixa complexidade, e eles podem procurar as clínicas da família e centro
municipais de saúde, com padrão internacional de atenção primária”, afirmou o
secretário.
Mais de 140 ambulâncias doadas pelo Ministério da Saúde
reforçarão o serviço do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e serão
operadas pela Secretaria Estadual de Saúde, com recursos de R$ 30 milhões que
foram repassados pelo Fundo Nacional de Saúde.
Prevenção de novas doenças
A possibilidade de que novas doenças sejam introduzidas no território
brasileiro também faz parte das preocupações da Olimpíada e Paralimpíada no
Rio. Pelas competições acontecerem no período do inverno, há a preocupação de
que os postos de saúde tenham vacinas para doenças que estão erradicadas na
cidade, mas não em outros países, como o caso do sarampo, rubéola e a
poliomielite, por excemplo. A gripe também é uma preocupação, já que a doença é
uma das principais causas de internações nesta época do ano, como informa a
Secretaria Municipal de Saúde.
Os profissionais de saúde também receberão mais
informações sobre as doenças que devem ser obrigatoriamente notificadas às
autoridades e devem permanecer em contato com o Centro de Informações
Estratégicas e de Vigilância em Saúde (CIEVS).
Todos os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde
estarão em atividade no período olímpico para atender a demanda da cidade e dos
visitantes, já que há a previsão de aumento no número de atendimentos.
A Policlínica Olímpica, que ficará dentro da Vila dos
Atletas, atenderá os competidores, comissões técnicas e outros membros das
delegações e da força de trabalho da Rio 2016. O local conta com equipamentos
de exames novos que ficarão para o sistema de saúde pública da cidade após as
competições.
Caso seja necessária alguma internação, dois hospitais privados firmaram convênios com os organizadores para o atendimento: os hospitais Samaritano da Barra e Vitória.