Uma parceria firmada nesta quarta-feira (06) entre o Ministério da Saúde e a
Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), vinculada ao Ministério
da Educação, vai permitir a criação de mais espaços destinados à formação de
profissionais de saúde capazes de atuar nos agravos decorrentes do Zika
vírus, da dengue e da febre
chikungunya - especialmente a microcefalia.
O acordo permite que hospitais universitários de todo o
país se transformem em Centros Colaboradores, cuja missão será capacitar para o
cuidado pré-natal, assistência ao parto, estimulação precoce, acompanhamento de
crianças com microcefalia e atenção às manifestações e complicações agudas
relacionadas aos agravos. A previsão é que os Centros Colaboradores dos hospitais
universitários permitam a capacitação de pelo menos 2 mil profissionais neste
ano, e mais 3 mil em 2017 e em 2018.
"Caberá ao Ministério da Saúde gerir os sistemas de
cadastramento dos centros e de suas ofertas de capacitação, disponibilizar os
protocolos de resposta à ocorrência de microcefalia causada por Zika vírus,
além de elaborar e fornecer materiais instrutivos e educacionais de apoio às
capacitações", explica Hêider Pinto, secretário de Gestão do Trabalho e
Educação em Saúde do Ministério da Saúde.
A Rede Ebserh reúne 39 hospitais em 23 estados e 34
municípios. No entanto, poderão também atuar como Centros Colaboradores os
serviços de saúde públicos e privados e instituições de ensino, mediante adesão
através de cadastro junto ao Ministério da Saúde. O cadastramento como Centro
Colaborador deverá ser realizado eletronicamente no site disponibilizado pelo
Ministério da Saúde na internet, onde também estarão as ofertas de capacitação
de cada centro. Os serviços e instituições que aderirem como Centros
Colaboradores deverão adotar os protocolos do Ministério da Saúde como
referência nos processos de qualificação.
Projeto recente
A portaria para a criação de Centros Colaboradores, tanto
na iniciativa privada quanto na pública, para ajudar no enfrentamento aos casos
de microcefalia está em vigor desde janeiro de 2016. A medida possibilita, por
exemplo, que um hospital universitário com experiência em um determinado
procedimento possa compartilhar a experiência e qualificar outros profissionais
de saúde.
Os Centros capacitarão médicos, enfermeiros,
fonoaudiólogos, agentes de comunitário de saúde, agentes de combate às
endemias, fisioterapeutas, entre outros profissionais que atuem no cuidado a
crianças com microcefalia. A oferta de cursos não envolverá a transferência de
recursos.
Os profissionais de saúde serão treinados pelos Centros
para identificar casos suspeitos, notificá-los e adotar os primeiros cuidados a
pacientes com microcefalia, além da capacitação para conhecimentos sobre
estimulação precoce. Para os profissionais envolvidos com pré-natal, a
qualificação será voltara para a notificação, investigação, diagnóstico e
conduta nos casos e situações relacionadas ao Zika vírus, dengue e febre
chikungunya. A capacitação que será realizada por estes centros é mais uma
importante estratégia do Ministério da Saúde para a qualificação dos
profissionais do SUS para o enfrentamento do Zika.
A primeira unidade a aderir ao projeto foi o Instituto de
Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), em Recife (PE), que
assinou cooperação técnica com o Ministério da Saúde em fevereiro. A unidade
capacita profissionais para triagem neonatal auditiva, triagem neonatal ocular,
estimulação precoce, cuidados clínicos agudos para infecções causadas pelo Aedes aegypti, cuidado das
crianças com alterações congênitas associadas a infecção por Zika vírus,
estratégias de combate ao mosquito e detecção de alterações neurológicas por
meio de Ultrassonografia transfontanela.
O Ministério da Saúde vai organizar toda a oferta dos
treinamentos e disponibilizar no site https://centroscolaboradores.saude.gov.br/ para que Secretarias Estaduais de
Saúde e os Conselhos de Secretários Municipais de Saúde de cada estado possam
estabelecer a agenda das equipes dos municípios a serem capacitadas. Além
disso, cursos que já estejam sendo oferecidos pelas instituições participantes
poderão ser integrados ao sistema com a abertura de parte das vagas para
profissionais de municípios e estados interessados.