Um grupo de cientistas anunciou a descoberta de uma mutação genética que fortalece as bactérias. Isso quer dizer que superantibióticos produzidos hoje podem não ser suficientes pra vencê-las. A Organização Mundial da Saúde diz que duas em cada três pessoas ainda acham que para curar uma gripe é preciso antibiótico. E, pior, uma em cada três acha que pode parar de tomar o antibiótico quando já está se sentindo bem.
Tudo errado. E o uso equivocado desses remédios em pessoas e a utilização indiscriminada na criação de animais para consumo humano vêm aumentando a resistência dos micróbios.
Erros assim contribuem para o alerta da pesquisa chinesa: depois de um século salvando milhões de vida, a era próspera dos antibióticos está ameaçada. Centenas de milhares de pessoas em todo o mundo morrem anualmente infectadas pelas chamadas superbactérias. A última linha de proteção hoje em dia é um antibiótico com princípio ativo chamado colistina.
"A colistina é atualmente a única opção de tratamento para pacientes infectados com bactérias super-resistentes", diz Yohei Doi, médico da universidade de Pittsburgh e um dos autores do estudo.
Agora surgiu a ameaça de que ela se torne ineficaz. Os cientistas detectaram uma mutação genética que causa resistência à colistina e que é facilmente transmitida entre bactérias comuns.
As bactérias resistentes foram encontradas em porcos tratados com o antibiótico na China, em amostras de carne de porco crua e também em 16 pacientes que estavam em tratamento por infecção.
A doutora Jean Patel é diretora da agência do governo americano para o controle de doenças. Ela diz que a descoberta dessa mutação na China gera uma grande preocupação para o mundo. Mas que a ameaça ainda está contida.
FONTE: FBH